quinta-feira, 22 de julho de 2010

CÓDIGOS PROFÉTICOS.

Um bom ministro de música sabe que a fonte de sua inspiração não é ele mesmo. Por isso, este Ministro de música não admite receber elogios daquilo que ele não é capaz de fazer.

Um ministro de música sabe "captar" as coisas. Sabe qual espírito se manifesta "no ar". E isso porque Ele está no Senhor. Atente-se a isto.

O ministro de música "capta" e é "captado". Ele decodifica a vontade de Deus e codifica a sua própria vontade, em Deus.

Estas duas antenas são primordiais para o exercício de nossa música. Principalmente em uma Comunidade de Aliança e Vida ou no Grupo de Oração.

Decodificar é transformar em uma linguagem mais clara, simples e objetiva todo conteúdo espiritual que você adquiri do Senhor. Você decifra a Vontade de Deus no tempo e entrega para o povo no momento.  Não basta falar "Deus quer isso", ou "Deus quer aquilo". A "coisa" é bem mais profunda e, só decodificaremos da Vontade de Deus, se permanecermos na Presença Santificante do Senhor.

Codificar é reunir tudo o que você é diante de Jesus. Não somos iguais. Nossas diferenças são como códigos pessoais que só O Mestre entende. Daí a necessidade de ser "captado" pelo Grande Amor de Deus. É essencial que você tenha sua vida pessoal com Jesus, fora do ministério. O Senhor não chamou você para ser ministro; chamou para ser filho. A partir da filialidade, desembocamos em nosso ministério.

Um ser tão complexo como eu, não deve pegar em um contra-baixo ou numa guitarra e simplesmente tocar. Tem que antes de tudo ser "tocado". Meus códigos não devem ser o elementos do meu show ou do meu grupo de oração.

Eu sou um código. O ministério que eu exerço é o decodificador. Quanto mais eu rezo, mais o meu ministério decodifica o que Deus realmente quer, para este tempo.

"O ministro de música deve sentar-se diante de Jesus para rezar; atrás de Jesus para evangelizar; e no Coração de Jesus para descansar". (Ministério de Música para a Beatitudes)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

DISCÍPULOS: A DISCIPLINA DA CENTRALIZAÇÃO

Discípulo, é ficar contigo, Senhor, depois que todos se forem.

A maior diferença entre músicos de qualquer categoria e estilo para ministros de música é sua intimidade com Jesus. E o bom ministro de música tem 3 belos desafios enquanto atua neste ministério: Descobrir Jesus Amigo, Jesus Mestre e Jesus Médico.

"Jesus Amigo" é sua vida de oração e intimidade.
Quem toca é porque foi tocado. Ninguém pode dizer que canta e toca para Deus se não for tocado por Deus. O efeito de nosso ministério está na qualidade de nossa intimidade e amizade com O Senhor. Portanto, é extremamente necessário que o bom ministro de música descubra em Jesus, O Seu Amigo.

O Amigo sabe acender a luz para nossa escuridão. Jesus, O Amigo, sabe se sentar e me esperar. O ministro de música que "toca" seu Amigo no palco, faz a diferença durante o show. Quantos mega-eventos católicos você já foi? Quantas bandas você já ouviu? Quantas delas mostraram para você que Jesus é seu Amigo? ou melhor, amigo deles? Quem se senta com Jesus Amigo, não é dominado por seu violão nem por seu microfone, não defende seus próprios interesses e não usa nem abusa da autoridade para defender as próprias intenções.

"Jesus Mestre" é sua vida de discípulo.
Não há dois senhores. E o bom ministro de música católica sabe que ele não é senhor de seus instrumentos nem de seus microfones. Músico aprende música mas, não aprende com a música. A música não ensina ser humano; partituras não consolidam o indivíduo como homem e mulher de Deus. Só Jesus faz isso.

É primordial que aprendamos com O Mestre. Saber o que Ele quer. Amar da forma que Ele ama. Extrair o máximo do que Jesus é. Escutá-Lo.

Muitos músicos, no afã de justificar suas preferências e seus interesses, trazem ao palco teorias vindas da própria cabeça. Falam coisas que não sabemos se realmente foi deus quem falou. Isso Não pode. Não deve acontecer conosco. Não podemos nos inspirar na ciência humana para transmitir a Ciência Divina. Jesus é O Mestre.Eu sou um mero aprendiz. E é Dele e Nele que aprendo a ser o que Ele quer que eu seja.

"Jesus, O Senhor" é a  disciplina da centralização.
O bom ministro de música católica tem uma regra primordial: Jesus. Nada além disso.
Jesus é o início e o fim; Ele permeia, abraça e envolve você e seu dom. E, quem têm em Jesus, O Senhor, traz consigo a disciplina da centralização ou seja, Jesus é o centro de tudo. Ele é O Senhor. Ele é o Astro maior. É Ele quem deve aparecer.

Não é fácil, mas é possível inverter o caminho que seu grupo/banda tomou. Requer empenho e, algumas vezes, cisão. Se fosse fácil, não seria Jesus.

Deus quer ensinar seus filho a serem excelentes discípulos. E, o verdadeiro discípulo fica com Seu Mestre até o fim. Não foi assim com Nossa Senhora? Não foi desta forma com João? Não deve ser assim com você?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

14 DICAS PARA TOCAR "A MISSA"...

É tão distante falar que "hoje eu vou tocar na missa".  Parece mesmo que estou indo para um concerto, para um show, prestar um favor para a Igreja. O ideal seria "tocar a Missa". O Ministro de música faz parte da celebração. Ele não é um mero espectador.

E a Missa, a celebração da Missa é o momento de maior intimidade com O Senhor. É o encontro das  Igrejas  Militante, Padecente e Triunfante. É o nosso encontro com O Senhor Vivo.

Esta dimensão de "tocar a missa" é valiosa e faz-nos mergulhar no profundo do Mistério. Boa Missa.


REGRA DE OURO.
Toque e cante músicas que o povo conheça. O excesso de arranjos "maravilhosos" ,muitas vezes atrapalha o canto e todos se perdem, durante a celebração.

1) CONHECER A LITURGIA.
Você precisa saber bem a respeito do Sacrifício da Santa Missa; conhecê-la parte por parte e entender os seus significados. Por exemplo, na hora do ato penitencial, a canção escolhida deve ser de entronização, que conduza as pessoas a um ato profundo de contrição. Esta música deve ser "fácil" do povo cantar.

2) SABER AS LEITURAS DO DIA.
É imprescindível que o ministério que tocará na Missa saiba com antecedência as leituras que serão proclamadas, em especial o Evangelho. A partir do Evangelho, escolha músicas que estejam em acordo com todo o andamento da Missa.

3) TEMPO LITÚRGICO. 
Qual tempo litúrgico a Igreja está vivendo? O Advento, Tempo Pascal, Natal, Tempo Comum...? As músicas precisam estar em sintonia com cada Tempo Litúrgico. Na Quaresma, por exemplo, não se canta o Glória, nem se canta Aleluia... É preciso estar atento a tudo isso.

4) SOM AMBIENTE.
O áudio (som) deve estar na altura certa e observando a quantidade de pessoas dentro da Igreja. Se for uma missa de juventude, você pode trabalhar melhor as canções e, quem sabe, até colocar arranjos mais elaborados. Se for uma missa com pessoas mais idosas, não é natural querer tocar guitarra e bateria estrondorosamente. Tenha discernimento quanto ao som e a acústica da sua paróquia ou local da celebração. Outra coisa: pare de brigar com o "retorno".

5) CAMPANHAS DA FRATERNIDADE.
A CNBB lança todos os anos canções com temas específicos. Gostando você ou não, estas canções apontam para uma necessidade que o Brasil está vivendo naquele momento. É um tempo em que toda a Igreja do Brasil vive em unidade musical. É interessante pensarmos neste tipo de unidade.

6) OBEDIÊNCIA AO SACERDOTE. 
Não brigue com seu padre. Dialogue e obedeça nas horas em que vocês discordarem. Lembre-se que o foco central de nosso ofício na Missa é Jesus, e o povo de Deus é quem deve ser atingido. "Brigas de galo" durante a celebração só mancha mais ainda a liturgia. Não seja otário e saia correndo da missa,na hora que o padre disse para você abaixar o som. Educação, fineza e discernimento são essenciais para o amadurecimento de seu Ministério.

7) AMBIENTALIZAÇÃO.
Não fique afinando seu instrumento 10 minutos antes da missa começar. Isso é muito irritante. Se os santos pudessem descer do altar e conversar com os guitarristas diriam: "que chato, pare!" . É feio observar paróquias em que o ministério de música afina violão e bateria na hora em que o povo está chegando. É uma situação bastante desagradável. As pessoas que chegarem na Igreja, precisam desde o início,  perceber a Graça de Deus. O ambiente deve ser propício à oração e calmaria. Não a desordem.  

8) SILÊNCIO E ATENÇÃO. 
Não fique andando durante a missa, nem fique tagarelando, falando sobre notas, cifras, mudanças de tonalidades... tudo isso deve ser combinado antes da missa iniciar. Combine também alguns sinais entre os músicos para que fique mais fácil uma rápida comunicação. A imaturidade de alguns músicos os levam a cometer verdadeiras bobagens durante a missa como ficar rindo entre si, melindres, sinaizinhos engraçados. Os ministros são co-responsáveis pela atmosfera de paz e sossego, durante a Missa.

9) ENSAIO.
Ensaie para a missa. Não improvise.

10) TENHA ZELO E SELECIONE BEM AS MÚSICAS. 
Cuidado com músicas folclóricas, ou de cunho popular durante a missa. Tenha zelo. Procure tocar somente canções feitas para a missa. Os domínios populares, muitas vezes são hereges e pagãos. O Espírito Santo nos músicos é bem criativo; não precisa pegar música de gente famosa pra chamar atenção.

11) ESCOLHA O TOM QUE TODOS CONSIGAM CANTAR.
Toque no tom certo para todos, e não só para você. É o povo quem deve cantar e participar. Peça para Deus o talento de envolver as pessoas na música que você está tocando e cantando. Cuidado com o tom alto da música. Não é só porque a mocinha bonitinha de seu ministério canta bem que a paróquia toda tem que ouvi-la se "esguelar".

12) CATIVE E ENSINE O POVO.
Se for possível, ensine canções novas para o povo. E mais, cative o povo! Os que ali entrarem precisam perceber a Presença Santificante de Deus também no ministério de música, e se sentirem mais próximos do próprio ministério. Cultive a unidade, a fraternidade e a amizade entre seu ministério e o povo. Nada de estrelismos, de cara-virada... Seja amigo de seu povo. A assembléia precisa perceber que o ministério não é fechado em si mesmo, mas está ali para ornar a liturgia e servir ao povo de Deus.

13) CONDUZA À ORAÇÃO E PREPARAÇÃO.
Na hora em que as pessoas estiverem chegando, combine com seu padre se vocês podem tocar algumas músicas em som ambiente. Toque músicas que conduzam o povo ao silencio e à oração, e não o "super hit's" do momento. Prepare o coração do povo para a Missa.

14) ORAÇÃO E INTIMIDADE.
Reze antes de tocar. Não se ache capaz de tudo... Nós somos provas de que a oração muda o jeito que as pessoas recebem nossas canções. Através da oração, peça ao Senhor que suas músicas se tornem vida em abundância para o povo. Você perceberá como as pessoas serão tocadas e chegarão mais próximas de Deus quando perceberem que você e seu ministério são bem próximos de Deus.

OS PROFETAS DO AVESSO.

Hoje muito se fala de música de Deus e música "do mundo". Alguns ministros de música optaram radicalmente por tocar músicas que falem somente do Senhor. Outros, utilizam-se de músicas “do mundo”, ou seculares, para serem aceitos em seus shows. E é aqui que começa o "show das polêmicas". 

Os mais imaturos utilizam-se da polêmica para chamar atenção. Isso mostra um ministério manco no serviço e na oração, além claro,  de deixar a desejar na unção.

Eu gosto de música secular. Gosto dos anos 60 e 70. Gosto de muita música suave; gosto também de umas boas baladas dos anos 70 e 80. Gosto da época da ‘disco-music’ e da ‘black-music’; dos áureos tempos dos “Jacksons five”, dos “Pholhas” e do “Pilot” com sua famosíssima Magic. Gosto da “Minnie Riperton”, da “Kate Bush” e dos acordes dos “The Raspiberries” e do “Eric Carmen”, especialmente em “Don´t Wanna Say Goodbye”.

Gosto demais da harmonia inimitável dos irmãos Gibb (os Bee Gees) em primorosas canções como “How deep is your love” e "Wildflowers". Escuto música todos os dias. Ensino meus filhos a ouvir as boas canções. Tenho minhas preferências. Gosto de escutar todas elas. Não acho tudo “coisa do demônio”. A inspiração à arte é coisa divina. Mas também peguei o gosto nessa caminhada de separar “joio de trigo” e saber usar a arma certa para o inimigo certo.

Como testemunho poderia dizer com serenidade de quem escuta música secular: “Eu não toco música secular quando a obra é de Deus”. Por uma simples razão: optei pela inspiração que O Espírito tem dado a tanta gente na Igreja.

Falar deste assunto é correr numa pista de ovos, mas o objetivo deste artigo não é somar polêmicas, e sim tentar lançar um olhar mais espiritual sobre as “coisas do Senhor”. Nestes quase 20 anos trabalhando na música católica aprendi algumas coisas com os "Mestres da música católica". por isso, gostaria de partilhar com você alguns pontos que me fizeram optar por não inserir músicas seculares em shows católicos.  

A MOÇÃO.
Quando alguém compõe uma canção, a letra e a melodia não são aleatórias. Sempre tem uma inspiração por detrás de uma composição: uma moção. E esta moção pode traz uma intensidade positiva ou negativa. Por exemplo, uma canção que teve moção de sensualidade, abre brechas perigosas no campo da sexualidade. Como eu posso "pegar" uma música que a dançarina quase se masturbou no palco e tocar para Nossa Senhora? Eu não consigo. Seria um desacato. A moção que levou o artista a compor sua canção deve ser levada em conta antes de "trocar só a letra da música".

A EMOÇÃO.
A emoção é a “agitação dos sentimentos”. O emocionalismo de um cantor ou cantora é repassado em suas apresentações. Todo mundo sabe disso. E todo mundo sabe também que emocionalismo pode tomar aparência de manifestação divina. 

É por este motivo que muita gente confunde música de inspiração religiosa com músicas que mexem com nosso emocional. Ambas podem trazer letras que falem de Deus ou de Nossa Senhora. Mas infelizmente nem todas nos conduzem a Deus ou à Nossa Senhora. 

Infelizmente muitos bons e ungidos cantores e cantoras cristãos tem se servido desse tipo de emocionalismo para fazer suas platéias cantarem. Ele se servem de um sucesso secular para se impôr no palco. Esta prática é muito comum em bandas que estão começando, mas que ainda têm medo de mostrar seu próprio talento. É uma insegurança do ministério.

É válido lembrar que espiritualmente, o fato de uma platéia se agitar e dançar freneticamente não significa ação autêntica do Espírito Santo. O demônio pode muito bem se servir do meu violão para mostrar suas unhas.

O TESTEMUNHO.
O testemunho de vida de quem toca e canta é essencial para a veracidade de nosso dom. A maioria das pessoas que criam “músicas de mensagem” não dá o testemunho de suas letras. Pelo contrário, muitas vezes vivem em oposição àquilo que escrevem e cantam.

É aquela velha historinha dos dois poetas que foram num concurso. Ambos declamaram o mesmo poema, o Salmo 22. Um foi aplaudido em pé. O outro, fez o público chorar torrencialmente. Aquele que foi aplaudido em pé perguntou para seu concorrente o que fez com que a platéia chorasse. O outro respondeu: "você conhece o poema do poeta. Eu conheço o poeta do poema". 

Portanto, conhecer o Autor principal em nosso ministério é primordial para tocar os corações. E tocar os corações não é o intuito principal de um ministério de música?

O ESGOTAMENTO DA UNÇÃO. 
Aqueles que optam por incluir músicas seculares em seus projetos, acabam caindo um dia no descrédito. Por mais que alguém fale o contrário, os fatos mostram isso. Todas as pessoas que se deixaram levar por esta prática foram, aos poucos, perdendo a unção. Atenção: não confunda unção com emocionalismo.

E o pior: quando abrem suas bocas tão benditas acabam por destruir mais do que construir. Tornam-se profetas ao avesso. Ao invés de levar a Boa Nova, gostam de dar lições de moral ou falsos ensinamentos para o povo. 

Lembre-se que ser ungido não é ser o especial e sim ser portador de uma vontade de Deus que deve se manifestar ao povo.

FIM DE CARREIRA. 
Bons músicos e excelentes ministros de música estão enveredando por este caminho, algumas vezes sem volta. Tornam-se ídolos de uma geração. Enchem platéias. Mexem televisões. Mas podem estar a caminho da morte espiritual de seu ministério. Diz a bela e antiga canção “só é perene a vida que vem do Senhor”.

Tudo tem um fim. As Escrituras afirmam que tudo passará. Os dons carismáticos passarão. Nossa vida, nossos amigos, tudo passa. Só não passa o Amor. E o Amor é Deus. Tenho para mim que quanto mais se ama a obra de Deus menos se quer comprometê-la com atitudes impensadas e falta de discernimento carismático.

A questão não é parar ou não de tocar músicas seculares em seu ministério, e sim, observar a qualidade do amor que seu ministério oferece ao povo. Eu nunca ofereceria algo para meu filho que pudesse comprometer sua sexualidade, suas emoções, seu desempenho intelectual...só porque eu gosto de determinada coisa. Ninguém oferece um vício para outra pessoa. O que oferecemos é a Verdade que liberta. Oferecemos a liberdade em relação às falcatruas do mundo e às prisões emocionais que muitos se encontram. Oferecer algo diferente disto é fazer com que a platéia saia de nossos shows rebolando para todos os lados, sorrindo mas, ainda em cadeias espirituais.

O Amor de Deus é a melhor oferta que podemos dar ao povo. O Amor é o intrumento da transformação de vidas. Não pense que bom show é aquele que teve muita gente e que tudo deu certo no palco. Uma rodinha de pessoas, um refrigerante e um violãozinho conseguem arrebatar corações em carros de fogo do Espírito Santo.

Deus tem um plano. Estamos inclusos nesse plano. E também somos divulgadores deste plano. Nossa meta é fazer com que a Vontade de Deus chegue aos irmãos com qualidade sim, mas também com pureza, sem máculas, sem manchas humanas. Não caia na tentação de ser ídolo e nem de oferecer aquilo o que o povo "gosta". Ofereça Deus.

"...porque és um povo consagrado ao Senhor, teu Deus, o qual te escolheu para ser um povo que lhe pertença de um modo exclusivo entre todas as outras nações da terra." (Deut. 14,2).


(Fonte:  Blogs Católicos. Texto de Silvinho Zabisky)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

MÚSICA CATÓLICA OU EVANGÉLICA? VÁ A NASCENTE.

"Uma vez que o canto e a música estão estreitamente ligados à ação litúrgica, devem respeitar os seguintes critérios: a conformidade com a doutrina católica dos textos, tirados de preferência da Escritura e das fontes litúrgicas; a beleza expressiva da oração; a qualidade da música; a participação da assembléia, a riqueza cultural do povo de Deus; e o caráter sagrado e solene da celebração." (Catecismo da Igreja católica 1156-1158 / 1191).

Eu não entendo o por quê das brigas entre os irmãos. Mas eu entendo minhas diferenças com eles. E nunca tive problema com evangélicos e nem eles comigo (eu acho). Desde que estamos no mundo para "anunciar", "bóra", vamos em frente (Como diz a menina da Rádio Beatitudes).

A amizade que tenho com alguns "crentes" não me intimida em falar que não toco música evangélica em ambientes católicos. Por quê? Porque contamina? Nada disso. Mas descaracteriza e desorienta os católicos.

A música evangélica tem sua origem. A música espírita também têm. A música do mundo tem "sua progenitora". A música católica também têm. E esta, nasce do altar do Senhor.

Nossa música origina-se daquilo que Jesus disse a dois mil e poucos anos. Ela têm uma Tradição. Ela não nasce de efeitos de chás ou de mantras. Ela é originalmente de Jesus. Nós damos a Ele todo o crédito.

Nossa música é autenticamente do Senhor na Eucaristia, do Senhor Ressuscitado, do Senhor da Semana Santa, do Senhor Filho de Maria e Senhor da Igreja. Nossa música tem preocupações Litúrgicas. Estas são riquezas da música católica. Nossa música deve nascer de um Deus Vivo e vivido. De um Deus que se fez Carne e Sangue. De um Deus que foi gerado num Ventre humano e têm a mesma substância do Pai. Nossa música é nascida no Deus que é Trino, Santo, Santificador... Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus. Fugir disto é querer enriquecer à custa dos outros.

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"Quanto chorei com teus hinos e teus cânticos, fortemente comovido com as vozes da tua Igreja que docemente cantava! Penetravam aquelas vozes meus ouvidos e tua verdade se derretia em meu coração,com o que se incendiava o afeto de minha piedade, e corriam minhas lágrimas... e quanto bem me fazia!" (Confissões de Santo Agostinho, IX 6,14)
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E não há porque "puxar o saco" (desculpe o termo embaraçoso) dos evangélicos ou dos de outras denominações. Se tivermos que ser algo, devemos ser amigos e irmãos, e não bajuladores. As brigas começam quando o ministro de música católico não descobre seu verdadeiro Tesouro. Fica "buscando" noutros pomares. Cada música têm sua riqueza e enriquece a muitos.

Eu não me acho apto a julgar música evangélica nem tão pouco outras músicas religiosas. Eu vim de um tempo onde a música católica era bem escassa. Portanto, muito de minha espiritualidade tinha que vir das canções evangélicas de adoração. Conheço alguns bons compositores que não cometem aberrações doutrinais em suas criações. 

Mas o fato é que, Deus suscitou na Igreja católica excelentes composições que são verdadeiros manjares para nós. Não há porque buscar fora o que têm dentro. Alias, opinião pessoal: nem gravar música evangélica eu deveria. Por quê gravá-las? Qual a intenção? Adular? Bajular? Querer que os evangélicos fiquem tão felizes que se tornam católicos?

Eu seleciono canções evangélicas. Confesso que quase nem toco essas músicas. Escuto uma ou outra. E não por desprezo mas, por discordâncias teológicas e doutrinais. Só isso. Quer dizer que odeio "crente"? Não. Quer dizer que eu discordo dele. E vivo muito bem com ele. Mas sem cortejar servilmente, sem gabar por interesses, sem "louvaminhassão".

"RECALL"

Deus está convocando todos aqueles que trabalham na música católica para um urgente "recall". Tem coisas que precisam ser consertadas. O Senhor nos chamou para este lindo ministério. Porém, começamos atuar sem um mínimo preparo humano e espiritual.

Muitos ministérios e muitos ministros de música católica estão "se quebrando". O quotidiano não é fácil. O fato de sermos ministros de música católica não nos exclui dos problemas familiares, financeiros, amorosos...

Nossos eventos estão "chatos". Onde estes ministros de música se apresentam uma vez, com certeza, não voltam mais. Os músicos estão cansados e cansativos. Perderam a maior referência de seus dons: Jesus.

Pare e reze um pouco com seu ministério. Veja se O Senhor não está chamando você e os outros para a "oficina". Veja a quanto tempo vocês não rezam de verdade. Não aquela oração patética dos 3 minutos antes do show ou do evento. É a vida de oração. A vida com O Senhor.

Prepare-se para a missão. "Sentir" que Deus quer algo de você e de sua banda não significa que "é a hora" de fazer. Peça orientação. Busque orientação com pessoas vividas. Busque um "pai espiritual" para seu ministério. Alguém que "discorde" de você, às vezes. Arrume um intercessor, uma intercessora. Vá se confessar. Busque os Sacramentos.

Faça seu "recall" o mais rápido possível. Acidentes podem ser evitados se você agir com prudência, sabedoria e disciplina.

RECOLOCANDO O MEU MINISTÉRIO NO ALTAR

Nossa missão não é só "fazer". Nossa missão e identidade está no "ser". Não fazemos nada direito se não formos do Senhor. Nosso ministério é pobre e vazio de espiritualidade quando não nos tornamos "cidadãos do altar".

A música católica está sofrendo mutações nestes últimos tempos. Ela está vivendo um sério tempo de ambiguidade. Parece que são duas vertentes: os astros e os ministros. Mas, longe de querer classificar os músicos, a verdade é só uma: "aguenta o tranco aquele que voltar, urgentemente para o altar".

Que a música deve seguir o curso da evangelização, isto é inegável. A música católica deve chegar no mundo e atrair os do mundo. Ela deve ser tocada, amplamente divulgada, "downloadizada" (e não faço apologia ao download pirata), desde que ultrapasse limites e transcenda ao povo "sem Deus".

Mas, diferente da música é o ministro que a toca. Ele não pode, sob hipótese alguma, esquivar-se do altar que o sustenta e orienta.

Nós temos que fazer alguma coisa. Parece que as boas canções de intimidade e adoração estão sumindo do cenário. Só há espaço para "músicas-mensagens" que, sem sombra de dúvidas, mexem emocionalmente com as pessoas. Mas, será mesmo que estas canções convertem? Será que minha música é autenticamente uma canção nascida do altar? E aqui não estou falando sobre o altar da sua paróquia. Refiro-me ao altar da intimidade com O Senhor sem a qual, um altar de paróquia é tão somente uma pedra fria.

O caminho que alguns ministério escolheram é perigoso. Sem uma orientação espiritual, excelentes ministros de música estão desaparecendo e esfriando seus dons. Estão "tocando por tocar". E isso é ameaçador. Pode ser um caminho sem volta.

As pessoas não têm sede de boa música. Boa música as AM's e FM's da vida, os "4-Shared", os Myspace e blogs piratas oferecem. O povo está com fome, sede e saudade de Deus. E isto, nenhum latifúndio de comunicação pode oferecer. Só um bom Ministro de música católica, íntimo e aberto ao Senhor, pode oferecer..

Temos mais responsabilidades na cultura da Salvação em Jesus do que imaginamos. Há pouca gente falando sobre esta responsabilidade. Os imprudentes estão gravando seus CD's -ditos católicos -, sem ao menos uma identidade fixa com a Igreja e um compromisso com a Salvação. Infelizmente, muitos foram ensinados pela mídia a vender Cds, DVD's e clips.

Não deixe seu ministério seguir este caminho. Tenha a ousadia de subir a montanha para encontrar-se com Seu Senhor. E, tenha coragem se O Senhor pedir para que seu ministério "descanse" um pouco ou pare de vez. É bem melhor um punhado de discípulos do que uma multidão desgovernada.