quarta-feira, 8 de setembro de 2010

CNBB E CRITÉRIOS

Compositores discutem critérios para músicas dedicadas
a Nossa Senhora
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Terminou dia 6, em São Paulo (SP), o Encontro de Compositores promovido pelo Setor de Canto e Música Litúrgica da CNBB. A reunião começou no sábado, 4, e discute critérios para a composição de músicas sobre a Virgem Maria.

“Trata-se de um momento de partilha da caminhada e tempo especial de formação no serviço de composição litúrgico-musical”, explica o assessor do Setor de Canto e Música Litúrgica da CNBB, padre José Carlos Sala, que coordena a reunião.

De acordo com o padre Sala, com o tema “O canto em memória de Maria”, o grupo de compositores visa ao aprofundamento dos critérios que podem auxiliar o compositor quando se trata de compor para celebrações em que ocorre a memória da figura de Maria.

“A devoção a Maria é muito marcante e intensamente presente nas comunidades, de norte a sul do país, e o compositor necessita de aprofundamento teológico, bíblico e litúrgico a fim de que as músicas a ela dedicadas estejam em sintonia com o pensamento da Igreja e, ao mesmo tempo, afinadas com a realidade cultural do povo”, esclarece o assesor.

Padre Sala explica, ainda, que toda celebração da Igreja cristã, inclusive as celebrações que são realizadas em memória de Maria, Mãe do Senhor, é sempre para o louvor do Pai, por Jesus Cristo, seu Filho, na comunhão e sob a inspiração do Espírito Santo. “Os referenciais básicos para a composição são a bíblia, a teologia mariana presente em nossa tradição, a cultura musical e a vida e história do povo”, disse.

O assessor da CNBB recorda que o texto que melhor inspira canções sobre a Virgem Maria é o hino que ela contou, de acordo com o evangelho de São Lucas, conhecido como Magnificat.

“É aí que podemos sintonizar de maneira mais profunda com os sentimentos de seu coração e sua experiência de fé, esperança e caridade: uma mulher pobre, profundamente solidária com sua gente, totalmente entregue à missão que Deus lhe confia, de servir incondicionalmente à causa maior da libertação de seu povo e de toda a humanidade, para que as promessas de Deus se realizem em plenitude, e o Reino aconteça “assim na terra como no céu”, acentua padre Sala.

O encontro conta com a participação de 35 compositores provenientes de todas as regiões do país. Na reunião, eles têm aprofundamento teológico, bíblico e litúrgico, além de oficinas de composição de música e letra. “Muitos deles são bem conhecidos por suas inúmeras composições e outros recém chegados que estão colocando seus dons a serviço do louvor da comunidade cristã”, recorda o assessor.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O QUARTO TEMPO

O tempo é um dos quesitos básicos de observação para todo bom ministro de música católica. Sem a observância do tempo é praticamente impossível administrar bem seu dom, sua ministração.

Deus age no tempo, no nosso tempo. E cada tempo denuncia um tipo de ação ou intervenção de Deus.

Houve, na história da música católica, três grandes momentos ou tempos que poderíamos destacar aqui:



O primeiro foi o tempo da descoberta da música para Deus.
Foram os nossos "primeiros pais". Aqueles que, sem saber direito o que faziam, colocavam seus dotes musicais à serviço da Igreja. Era o tempo do Padre Irala, do Padre Zezinho, do grupo Palestrina de curitiba e da antológica dupla Frei Fabretti & irmã Nelly. Esta foi a era dos compactos "lado A e lado B" de músicas liturgicas.

O segundo foi o tempo de descobrir Deus através da música. e os grandes louvores.
Neste tempo surgia Padre Jonas, Padre Agostinho Soares, Padre Ney Brasil, A Comunidade Shalom, o Eugênio Jorge e o Nelsinho Corrêa, o Nicodemos Costa, o Valdir Grosso (Di), Musical Boa Semente de Araraquara e muitos outros espalhados por este Brasil que tanto nos ensinaram a conhecer Jesus em forma de canção e a Louvá-lo. Benditas das músicas de louvor que tanto nos seguraram.

Um terceiro tempo indicou uma espécie de música mensagem, poética e o som pesado.
Uma era gostosa. Letra e Harmonia casavam-se para forma um grupo de pessoas que se dedicariam a expressar Deus através de uma arte mais elaborada, pensada, apurada, moldada, temperada... 

Já não se usava mais os três ou quatro canais para se gravar um disco. Aliás, nem disco mais existia. Agora chegava a era dos CDs. Destacava-se neste tempo o Luiz Carvalho da Recado, A comunidade Grão de Trigo, o Kater, o Padre Joãozinho, O Urbano Medeiros, O Jean Carlo, Jonas e Toninho e tantos, tantos outros anônimos.

Nessa mesma época, um "rasgo-no-véu" colocava em cena uma banda que, na sua rápida passagem, marcaria época e vidas. A banda Cristoatividade com seus "alertas" e seus "lances legais". O expoente desse louvor "estranho" foi o Eraldo.

E agora chegou o quarto tempo.
É um tempo que ainda não conseguimos definir muito bem. Mas, o próprio Espírito envia placas de sinalização. É um tempo de se levantar os amigos de Deus, os cantores de Deus, os bateristas de Deus, os contra-baixistas de Deus, os tecladistas de Deus. São os que estão com Deus não por business, por grana,  por pro labores mas, estão com Deus porque conhecem a Deus. E é neste tempo que seu nome precisa ser escrito. 

Muito joio, como em todos os tempos, ainda crescerá neste meio. Mas, aqueles que sabem o que estão fazendo, renovarão suas forças porque assim Deus quer.

Este quarto tempo é como se fosse o "nosso Evangelho". A nossa vida com Deus. Passaram os tempos e com eles seus heróis. E cada tempo mostra uma parte do Corpo de Cristo que devemos descobrir. Portanto, um ministro de música não é chamado só para a tocar, cantar, gravar CD e ficar a noite toda no twitter ou no MSN falando de música. Somos sim, chamados a decodificar o que Deus quer para este tempo.

Temos algumas pistas. Resta-nos fazer bem nosso trabalho e aguardar que O Senhor se manifeste. Não se nega que este Tempo é um tempo de ansiedade humana, fracassos, desarmonia familiar, ultrajes sexuais. E para tudo isso Deus tem uma cura: sua música.

Não perca tempo em querer ser o mais novo contratado a maior gravadora do Brasil e do mundo. Já tem quem faça isso. Preocupe-se com a vontade de Deus a seu respeito. Afinal, você é este quarto tempo. terá um quinto? Vamos esperar.

PS: Mil desculpas se errei na colocação das pessoas. Não fiz uma pesquisa nem consultei nenhum ibope para saber quem vendia mais discos ou CDs. Simplesmente fiz uma rápida consulta em minhas memórias. E, aproveito esse momento para agradecer a todos estes "feras de Deus" que tanto contribuiriam para minha formação, em especial meu amigo Di, a quem devo muito do que consegui ser.