quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

NÃO ADULTERE A LITURGIA

Caro leitor / blogueiro.
Recebi um email com um conteúdo interessante. É de um sacerdote chamado Antonio Paes Júnior. Não o conheço porém, o mesmo Espírito nos orienta. Desta forma quis partilhar com você e com seu ministério de música. Boa formação

1. Reunião… muito bem. Ensaio… ótimo. E a oração juntos? E a adoração juntos? Se não rezam juntos, um CD seria melhor…

2. Cantores: às vezes, o silêncio é o melhor canto.

3. Cantores: o improviso é uma arma que o diabo tenta enfiar na Missa: distrai, tira a paz, irrita, causa brigas e ainda fica feio.

4. Seria bom que os cantos tivessem alguma relação ou com o Tempo Litúrgico que se vive, ou com os textos da Liturgia da Palavra do dia ou com o momento que se está na Missa.

5. Há uma diferença razoável entre banda (show, animação, bota pra quebrar) e ministério de música (celebração, adoração, corações ao alto).

6. O canto final é a última mensagem da Igreja para aquele povo que foi à Missa. Não pode ser considerado um mero “canto de dispersão da assembléia”.

7. Nunca é demais lembrar algumas orientações do Santo Padre São Pio X:

a música sacra deve possuir, em grau eminente, as qualidades próprias da liturgia, e nomeadamente a santidade e a delicadeza das formas, donde resulta espontaneamente outra característica, a universalidade.

Deve ser santa, e por isso excluir todo o profano não só em si mesma, mas também no modo como é desempenhada pelos executantes.

Deve ser arte verdadeira, não sendo possível que, doutra forma, exerça no ânimo dos ouvintes aquela eficácia que a Igreja se propõe obter ao admitir na sua liturgia a arte dos sons. Mas seja, ao mesmo tempo, universal no sentido de que, embora seja permitido a cada nação admitir nas composições religiosas aquelas formas particulares, que em certo modo constituem o caráter específico da sua música própria, estas devem ser de tal maneira subordinadas aos caracteres gerais da música sacra que ninguém doutra nação, ao ouvi-las, sinta uma impressão desagradável.

Estas qualidades se encontram em grau sumo no canto gregoriano, que é por conseqüência o canto próprio da Igreja Romana, o único que ela herdou dos antigos Padres, que conservou cuidadosamente no decurso dos séculos em seus códigos litúrgicos e que, como seu, propõe diretamente aos fiéis, o qual estudos recentíssimos restituíram à sua integridade e pureza.

Por tais motivos, o canto gregoriano foi sempre considerado como o modelo supremo da música sacra, podendo com razão estabelecer-se a seguinte lei geral: uma composição religiosa será tanto mais sacra e litúrgica quanto mais se aproxima no andamento, inspiração e sabor da melodia gregoriana, e será tanto menos digna do templo quanto mais se afastar daquele modelo supremo. (Peço licença para interromper o Santo Padre e fazer uma sugestão: os monges de Abadia da Ressurreição em Ponta Grossa tem um vasto material de Canto Gregoriano em português, por que não utilizá-lo para depois introduzir os cantos em latim?)

O canto gregoriano deverá, pois, restabelecer-se amplamente nas funções do culto, sendo certo que uma função eclesiástica nada perde da sua solenidade, mesmo quando não é acompanhada senão da música gregoriana.

Procure-se nomeadamente restabelecer o canto gregoriano no uso do povo, para que os fiéis tomem de novo parte mais ativa nos ofícios litúrgicos, como se fazia antigamente.

A Igreja tem reconhecido e favorecido sempre o progresso das artes, admitindo ao serviço do culto o que o gênio encontrou de bom e belo através dos séculos, salvas sempre as leis litúrgicas.Por isso é que a música mais moderna é também admitida na Igreja, visto que apresenta composições de tal qualidade, seriedade e gravidade que não são de forma alguma indigna das funções litúrgicas.

Todavia, como a música moderna foi inventada principalmente para uso profano, deverá vigiar-se com maior cuidado por que as composições musicais de estilo moderno, que se admitem na Igreja, não tenham coisa alguma de profana, não tenham reminiscências de motivos teatrais, e não sejam compostas, mesmo nas suas formas externas, sobre o andamento das composições profanas. (S. Pio X. Motu próprio TRA LE SOLLICITUDE)

8. Sei que alguém poderia dizer: Mas esse negócio de canto gregoriano é de antes do Concílio, o Papa São Pio X é do início do século XX… Hoje, depois do Concílio as coisas tem que ser novas. Por isso: “A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na acção litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar.” (Sacrossanctum Concilium, n. 116)

9. Penso ser bom recordar que profano aqui não quer dizer pecaminoso, mas fora do uso litúrgico. Dou um exemplo: Eu tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer… Não é uma música pecaminosa, mas profana. Fala da beleza do amor humano e outros valores muito elevados, mas não serve para a liturgia, mesmo que se diga que se está cantando para Jesus…

10. Por isso Rock, Baião, Sertanejo Universitário, Samba e outros modos musicais não podem ser utilizados na liturgia. Então, os instrumentistas tomem muito cuidado para não darem um “ar” de rock ou outros estilos musicais as músicas litúrgicas. Especialmente aquelas mais tradicionais.

11. É certo que alguns pensam que a introdução de ritmos profanos na liturgia pode atrair mais pessoas para a Igreja, seria bom recordar aqui o nosso atual Papa: “Diria que uma Igreja que procura sobretudo ser atraente já estaria num caminho errado, porque a Igreja não trabalha para si, não trabalha para aumentar os próprios números e, assim, o próprio poder.” (Bento XVI em entrevista durante a viagem para a Inglaterra. 16 de setembro de 2010).

12. Não se trata de querer as Igrejas vazias. A Igreja deve ser diferente, e os seus cantos também. E é essa diferença (que não é esquisitice) que atrai.

13. Termino com um pensamento otimista: O NOSSO POVO É CAPAZ. Não nivelemos por baixo! Não tratemos o nosso povo como pessoas ignorantes! Ensinemos com paciência, constantemente, e veremos ressurgir o que se destruiu por falta de compreensão do que ensina a Igreja.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

NOSSA BANDEIRA É JESUS

Músicos e artistas renovam
seu compromisso com a Palavra

Depois de seis anos de espera, o fim de semana de 15 a 17 de outubro foi marcado pelo encontro Nacional do Ministério de Música e Artes. A cidade de Paulínia, no interior de São Paulo, foi palco dessa grande festa que reuniu músicos, cantores, dançarinos e atores de todas as regiões do Brasil. Entretanto, a grande estrela do evento não foi nenhum artista. Todas as expressões artísticas foram depositadas aos pés do Senhor Jesus, o único digno de honra e glória.

Foram dias intensos de oração e pregação, embalados por muita música, dança e teatro. Os mais de mil participantes do encontro refletiram sobre a missão dos ministros de música e artes e o seu papel neste tempo de reconstrução vivido pela RCC do Brasil.

Durante a pregação, a coordenadora nacional do ministério, Juliane Morigi, falou sobre a necessidade dos ministérios de música também passarem por um processo de reconstrução para que os grupos de oração e todo o movimento sejam fortalecidos. “São muitos os ministérios destruídos pela falta de unidade e de oração, que acabam abandonando os grupos de oração para seguirem projetos pessoais. E a triste realidade são grupos de oração fechando ou tendo seu número reduzido por falta de comprometimento dos ministérios de música”, afirmou.

As alternativas para que a realidade dos ministérios de música e artes sejam transformadas foram sendo indicadas ao longo das outras pregações do encontro. Durante a pregação do ex-coordenador do ministério, Eugênio jorge, os artistas foram exortados a investir na intimidade com o Senhor e serem cada vez mais amigos de Deus. Segundo o cantor: “Muitos levantam a bandeira da música católica. Pois abaixem essa bandeira e levantem a bandeira da Cruz de Cristo! Os servos que fazem a obra ‘para’ Deus farão muitas coisas e ficarão cansados. Mas aquele que conquistar a intimidade com Ele fará a obra ‘de’ Deus! Nosso chamada é para a glorificação de Deus e edificação de seu povo. Se Jesus não tem a você, ao seu coração, a Ele não interessará sua música, seu teatro, sua dança! Jesus prefere você calado, desde que Ele tenha a você, ao seu coração. Todo ministério eficaz será fruto de uma profunda intimidade com Jesus!

Em sua última pregação, Juliane Morigi ressaltou a importância da Palavra fazer parte do cotidiano dos artistas para que um verdadeiro trabalho de evangelização seja realizado. “Retome a oração, a leitura da Palavra, os Sacramentos. Tem artista que quer falar de Jesus mas não ouve sua Palavra. Os músicos carregam caixas de som, bags pesados, e às vezes, chegam ao Grupo de Oração sem a Palavra de Deus”.

Para que no meio dos ministérios nasça uma nova arte capaz de ser intrumento da ação de Deus, Juliane exorta: “Sejam obedientes a esta Palavra. Reúnam seus ministérios para irem junto à Missa, perguntem para Jesus: onde estamos errando? Onde precisamos melhorar? Para que o Senhor coloque a luz em seu ministério, pois é pela música que a mensagem pode chegar aos corações. A música chega onde não chega a pregação. E o Senhor vai nos inspirar novas músicas, danças, peças de teatro. Uma nova arte está escondida no Coração de Jesus para seu ministério.”

Fonte: REVISTA RENOVAÇÃO
ANO 12 – NÚMERO 66 – JANEIRO/FEVEREIRO 2011

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ESTÁTUAS DE MIM.

"A vaidade quando queima deixa a pele insensível. Ela é fogo que arde de tanto se ver, de tanto se exibir".

Todo Dom nasce perfeito e cresce imperfeito. Claro. Deus quis contar com instrumentos insuficientes. Deus se basta, Ele é e fim. Mas, não quis encerrar-Se em Si mesmo. Ele compartilhou aquilo que Ele É no Homem e Mulher. Mesmo sabendo que isso poderia "entortar" a Sua imagem, Deus não conteve sua doação e transbordou Sua divindade no ser humano mostrando para todos que, mesmo imperfeito, um filho ou filha de Deus pode manifestá-Lo aqui na terra.

Que missão! Que árduo e muitas vezes penoso ofício. E não há lá tantas vantagens pessoais. E deve ser assim. Quem tira vantagem da nossa missão é Deus e as pessoas. Quando as vantagens de servir a Deus alcançarem nosso bolso e nossos objetivos pessoais é porque alguma coisa está fora de ordem.

Na máfia, em certas culturas ou em algumas teologias estranhas, os fins justificam os meios. No Reino de Deus os fins justificam minha ida pro céu ou pro inferno.

Quando eu uso de meu Ministério de Música ou das Artes para o meu bel prazer, lucrar e praticar o inconveniente e escandaloso eu dou carta de alforria para que a vaidade domine meu corpo e amorteça minha oração e minha missão.

E estamos vivendo um tempo assim na Igreja devido às fortes influências do mundo. Uma moção nada profética nem tão pouco nascida da vontade de Deus tem sublimado muitos ministros e de música e ministros das artes. Um leve vento estranho, causador de pneumonia espiritual tem esfriado muita gente. Aquilo que era mais simples e sem a complexidade que o mundo exige erigiu estátuas de mim mesmo.

Anos atrás Deus tinha entre Ele e o seu povo um ministro de música católica. Hoje em dia entre Deus e o povo temos (anote aí)
- a loja de instrumentos,
- a marca do afinador,
- a potência do microfone,
- o agenciador,
- o patrocinador,
- a ginástica de pilates (bom nome, hein!),
- a marca da calça jeans,
- a editora do meu CD,
- o evento de lançamento dos 50 anos de vida do meu poodle,
- as passagens aéreas da tam ou da gol,
- os notebooks com pen drivers das operadoras 3G e 4G pra que eu possa twittar quantas vezes eu fiz xixi durante o vôo,
- o tipo de comida do meu camarim,
- o "air claimber" da Polishop no meu quarto
- se minha água mineral tem bário e sódio nas medidas certas.
- quanto vou faturar pelo evento,
- quanto de CD e DVD eu tenho direito no contrato
- se o som está de acordo com o que eu gosto
- se tem academia próximo ao hotel que eu ficarei
e outras "coisitas" mais.

O demônio é esperto, mas nunca eficaz. Ele belisca e fere, mas não vence. Ele sabe que oferecendo tudo aquilo que eu gosto e enchendo os meus olhos de conquistas pessoais provavelmente eu desvie um pouco ou "um muito" o meu dom e o meu ministério da verdadeira Vontade de Deus e da sintonia com a Igreja.

E a gente sabe que ministério de música e artes é um perigoso espelho nada translúcido. Minha música nunca deve servir aos meus próprios interesses. Meu ministério não pode colocar a evangelização refém do mundo. 

Antigamente era sonho de todo "artista" de Deus gravar com o padre Zezinho, com o padre Jonas, com o padre Irala, com o padre Joãozinho, com a Irmã Miriam, com o Martin Valverde... hoje, o sonho ultrapassou as barreiras do discernimento e, ao invés de solidificar mais a nossa arte na pureza do criador, "a gente vai se bastando" e se maravilhando com o baixista da banda da Bahia, com o saxofonista da banda do rio de janeiro, com a cantora de expressão nacional ou com o garotinho da banda sertaneja que está em ascensão por no máximo 4 anos.

Enquanto os filhos da Luz não manifestarem suas lâmpadas fica difícil evangelizar. Fazer aqueles que estão no mundo mundo gostar de nós e dos nossos DVD´s gravados ao vivo no credicard haal, no hsbc Brasil, no all of Jazz ou no via funchal não nos dá uma habilitação de evangelizadores. Fará sim, uma rápida manifestação idólatra mas, nunca um eficaz evangelizador pelo ministério de música ou das Artes.

Deus queira que este tempo seja passageiro e que muitos - senão todos - retornem novamente às origens de seus carismas e de seus dons, reconhecendo diante do mundo que "somos de Deus". Que nossa música e nossa arte é Deus e que Ele quer a todos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

PRECIOSIDADE DO MINISTÉRIO DE MÚSICA

Quando Silvinho me pediu para escrever sobre este tema e assunto, fui orar, por que senti sobre mim uma responsabilidade imensa como formadora de opinião em me expressar, vocês já vão entender o por que!

Preciosidade ? Faz você lembrar de que ?  - Tesouros, riquezas, bens e por ai a fora...

Ministério de musica ? Faz você lembrar de que ?   Fica uma lacuna no ar , pensamentos vagando, uns vêem o mesmo como, graça e benção, outros como problema, divisão, confusão ... Não era para ser assim , não é mesmo ?

Agora uma outra pergunta : - O que é , e  o que faz um ministro ?  Ministro é aquele que obtém um cargo ou oficio de confiança , para bem desempenhar um serviço !  sendo assim Ministério é onde se executam as ações do ministro !

Falando-se então de Ministro de um Ministério de musica Cristão, podemos dizer, que é aquele(a) que recebe o chamado do próprio Deus a ser ministeriado (incumbido), para executar este cargo de extrema confiança , que é o de única e exclusivamente tocar os corações e levá-los para perto de Deus, para que os filhos e filhas de Deus sejam convencidos pelo Espírito Santo a ter uma verdadeira conversão ! 
Unindo então Preciosidade e Ministro ou ministério ! Defino que é : - Receber de Deus a graça de administrar um dos seus tesouros , que é o de executar a musica do céu aqui na terra !

Frisei todos estes pontos , englobando o tema proposto, pois você pode perceber comigo que o Ministério e o ministro de musica no seu verdadeiro sentido e essência  estão em extinção ! Cada vez encontramos menos , pessoas com a verdadeira intenção em evangelizar, tornar o nome de Jesus conhecido ! Fazer com que através de sua musica, e do toque de seus instrumentos algo extraordinário aconteça na vida do outro !

Aconteceu comigo numa ocasião, fui pregar a palavra num grupo de oração, e uma pessoa me abordou, dizendo : - Luciana, foi graças a tal musica sua que perdoei meu pai e fui curada ! ou outros  que pararam de usar drogas, ou outros com diferentes testemunhos, que sempre faço questão de escutar, partilham os milagres que Deus tem feito através de minhas composições e minha voz, certo, mas a pergunta central é : - Sou eu quem faz o milagre e realiza a graça ?  ou me deixo ser instrumento nas mãos de Deus para que isso aconteça ? 

Quando em tudo, e em todas as nossa atitudes, fazemos para simplesmente engrandecer o nome do Senhor, e ajudar o próximo a encontrarem o único verdadeiro caminho, ai sim estaremos sendo abençoados e bem sucedidos nesta luta difícil que é entoar os louvores do e para o Senhor, agora se não vivermos a palavra que diz em At. 1-14 “E os discípulos perseveravam unanimemente em oração e suplicas ...”, esta palavra “unanimemente” significa Unidos plenamente em uma convicção, eles estavam convencidos de que Jesus era o único caminho e a única verdade, e para isso permaneciam em oração e unidos no mesmo objetivo, que era o primeiro de estar intimamente ligados e conhecer  a Jesus, eles não estavam interessados em gravar um Cd, ou quem fazia melhor seu trabalho ministerial, e tão somente amar o amado ,estar com ele, ser dele.

Então fica esta pergunta para nós, que nos intitulamos ministros de musica : - Quantas horas ficamos em adoração ? – Unidos pelo grupo de oração, ou pela missão que Deus nos ordena ? Quanto Jejuamos ? Quanto calamos ? e o quanto estamos dispostos a perder para que Deus possa ganhar ?

A resposta vem de cada um, se estamos dando valor  e se realmente somos ministros de musica, e temos dado valor a preciosidade que é poder fazer parte da obra do Senhor !     

Um abraço fraternal em todos !
Luciana Antunes

domingo, 17 de outubro de 2010

GOSPEL CATÓLICO???


"Toda a terra tinha uma só língua, e servia-se das mesmas palavras. Alguns homens, partindo para o oriente, encontraram na terra de Senaar uma planície onde se estabeleceram. E disseram uns aos outros: “Vamos, façamos tijolos e cozamo-los no fogo.” Serviram-se de tijolos em vez de pedras, e de betume em lugar de argamassa.

Depois disseram: “Vamos, façamos para nós uma cidade e uma torre cujo cimo atinja os céus. Tornemos assim célebre o nosso nome, para que não sejamos dispersos pela face de toda a terra.” 

Mas o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que construíram os filhos dos homens. “Eis que são um só povo, disse ele, e falam uma só língua: se começam assim, nada futuramente os impedirá de executarem todos os seus empreendimentos. Vamos: desçamos para lhes confundir a linguagem, de sorte que já não se compreendam um ao outro.” Foi dali que o Senhor os dispersou daquele lugar pela face de toda a terra, e cessaram a construção da cidade. Por isso deram-lhe o nome de Babel, porque ali o Senhor confundiu a linguagem de todos os habitantes da terra, e dali os dispersou sobre a face de toda a terra.". (Gn. 11,9).

Estamos em uma era de bobagens, devaneios e sincretismo. Católicos já não falam mais a "mesma língua" devido as múltiplas teorias religiosas e humanas. Jesus já não o centro de tudo. Há um esvaziamento da mensagem do Evangelho e da missão de Jesus a partir de teorias ou doutrinas evangélicas.

Alguns, afirmam que Jesus não é o filho de Deus mas, um ser superior, especial mas, nunca O Salvador... Outros, dizem que Jesus veio à terra para uma missão sublime, mas não fundou nem Igreja e nem religião. Alguns outros, vêem em Jesus um ser que "voltou" de várias vidas e evoluiu. E outros tantos enxergam Jesus como alguém normal, sem divindade nem salvação, só humano demais.

Teorias como estas invadiram os grupos de oração e os ministérios, especialmente o ministério de música. A facilidade que a música nos proporciona de uma sadia relação com outros grupos religiosos, muitas vezes influencia nossa mentalidade. E, como não somos firmes na doutrina católica, acabamos por impulso juvenil, aderindo a a outros tipos de linguagem ou religião.

A música proporciona uma certa "facilidade" de comunicação entre as mais diversas religiões. E isso é bom. Quem sabe, através das boas canções, não formamos um povo de Deus que louva e bendiga acima de qualquer divisão. Eu acredito em tudo que O Espírito pode fazer. Só não acredito nas frustradas tentativas de alguns músicos católicos em "unir" a música e as formas de expressão de nossa Igreja às de outras denominações religiosas sem uma real ação Espírito Santo.

Certas terminologias não devem ser utilizadas pelos ministérios de música católica. E isso tem explicação uma racional. Oras, aquilo que para nós, católicos, tem expressão como "mariologia" ou "Santidade de vida", para algumas denominações religiosas ou tem outro significado ou significado algum. Assim como, algumas expressões e conceitos nascidos em Igrejas não-católicas, para nós pode trazer um esvaziamento de nossa fé.

Nos anos 90, mais propriamente em 1993, houve uma explosão da música católica. Apareceram várias bandas e ministérios. E com esta ascensão da música católica, também houve um ardente desejo emdefinir o tipo de música que executávamos. Foi aí que cometemos nosso primeiro erro: chamamos nossa música de "GOSPEL CATÓLICO". Sim. Essa expressão não nasceu nos dias atuais. Alguns músicos católicos, como eu, queriam se definir, se encontrar, trazer um sentido para suas composições então, usamos este nome para nos "autodefinir". 

Contudo, com o passar dos tempos, o próprio Espírito nos conduziu a outra definição: Música católica. E entendemos porque: na verdade, o termo que usávamos era uma forma de rejeitar o tradicional e buscar uma inovação.

Para qual surpresa nossa, quando fomos estudar sobre a origem desta palavra tomamamos um susto. 

Tentei ao máximo extrair uma origem definida para esta palavra. É difícil pois, as várias expressões da música evangélica a tratam como uma simples definição do estilo ou da categoria de suas músicas. Muitos nem sabem ao certo o que realmente essa expressão significa. Tratam-na simplesmente como "evangelho" ou similar. Porém, conversando com algumas pessoas de outras doutrinas, algumas explicações foram dadas.

Não existe um consenso sobre as explicações abaixo. E aqui abro o post para contribuições que possam ajudar no discernimento

A origem da palavra Gospel.

Explicação 1.
A palavra "Gospel" não existe. Existe a fusão de duas palavras "God" e "spell" que quer dizer "música de Deus que envolve, como mágica, como um encanto", ou God-spell que, na definição de algumas doutrinas quer dizer "boa nova".

Explicação 2. (A explicação histórica oferecida por alguns evangélicos que não concordam com esta terminologia).

"Um tipo de música/composição criada para expressar uma crença INDIVIDUAL (e é aqui que mora o perigo) ou de uma comunidade religiosa nascente que queria romper com o tradicional". 

Utiliza-se deste tipo de música não só em cerimônias religiosas ou cultos mas, de forma estética (markenting) como um produto para mercado comercial. Alguns famosos artistas traziam consigo influências Gospel como Elvis Presley, Ella Fitzgerald, Ray Charles e tantos outros.

Thomas A. Dorsey (1899-1993), compositor de sucesso tipo There Will Be Peace in the Valley, é considerado por muitos, O Pai da Música Gospel. No início de sua carreira ele era um importante pianista de Blues, conhecido aliás por Georgia Tom. Ele começou a escrever Gospel depois que ouviu Charles A. Tindley (1851-1933) numa convenção de músicos na Filadélfia, e depois, abandonando as letras mais agressivas de outras canções, não abandonou, contudo, o ritmo de Jazz tão parecido com o de Tindley. A Igreja inicialmente não gostou do estilo de Dorsey e não achou apropriado para o santuário, na época. Em 1994, após o seu falecimento, a revista Norte-americana, Score, publicou um artigo com o título: The Father of Gospel Music (em português, "O Pai da Música Gospel").

Portanto, segundo pesquisa, a origem desta terminologia indica uma música que pretendia "afastar-se"  da Igreja para que pudessem atingir a um público menos ligado à Palavra de Deus. Sendo "Gospel", ficaria mais fácil ter sua música veiculada em rádio, tv, eventos não religiosos, festas de peão, shows seculares enfim.

Bem, se você me perguntasse se devo ou não usar esta terminologia em eventos de meu ministério, eu responderia: "eu já fiz isso também". Usei deste subterfúgio para "firmar" meu ministério em uma errada tentativa de me colocar no cenário musical comercial. Posso afirmar, sem medo de errara, que foi o próprio Espírito do Senhor que arrancou esta mentalidade de mim. Havia o risco eminente de desvio doutrinário. Portanto, eu não recomendo que se misture as coisas. Gostar e tocar músicas evangélicas ou de outras denominações não traz problema nenhum aos ouvidos desde que, não seja uma aberração doutrinária e teológica que afete ou desoriente o povo sobre Sã Doutrina Católica.

O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei dos teus filhos. Oséias 4.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

CNBB E CRITÉRIOS

Compositores discutem critérios para músicas dedicadas
a Nossa Senhora
.


Terminou dia 6, em São Paulo (SP), o Encontro de Compositores promovido pelo Setor de Canto e Música Litúrgica da CNBB. A reunião começou no sábado, 4, e discute critérios para a composição de músicas sobre a Virgem Maria.

“Trata-se de um momento de partilha da caminhada e tempo especial de formação no serviço de composição litúrgico-musical”, explica o assessor do Setor de Canto e Música Litúrgica da CNBB, padre José Carlos Sala, que coordena a reunião.

De acordo com o padre Sala, com o tema “O canto em memória de Maria”, o grupo de compositores visa ao aprofundamento dos critérios que podem auxiliar o compositor quando se trata de compor para celebrações em que ocorre a memória da figura de Maria.

“A devoção a Maria é muito marcante e intensamente presente nas comunidades, de norte a sul do país, e o compositor necessita de aprofundamento teológico, bíblico e litúrgico a fim de que as músicas a ela dedicadas estejam em sintonia com o pensamento da Igreja e, ao mesmo tempo, afinadas com a realidade cultural do povo”, esclarece o assesor.

Padre Sala explica, ainda, que toda celebração da Igreja cristã, inclusive as celebrações que são realizadas em memória de Maria, Mãe do Senhor, é sempre para o louvor do Pai, por Jesus Cristo, seu Filho, na comunhão e sob a inspiração do Espírito Santo. “Os referenciais básicos para a composição são a bíblia, a teologia mariana presente em nossa tradição, a cultura musical e a vida e história do povo”, disse.

O assessor da CNBB recorda que o texto que melhor inspira canções sobre a Virgem Maria é o hino que ela contou, de acordo com o evangelho de São Lucas, conhecido como Magnificat.

“É aí que podemos sintonizar de maneira mais profunda com os sentimentos de seu coração e sua experiência de fé, esperança e caridade: uma mulher pobre, profundamente solidária com sua gente, totalmente entregue à missão que Deus lhe confia, de servir incondicionalmente à causa maior da libertação de seu povo e de toda a humanidade, para que as promessas de Deus se realizem em plenitude, e o Reino aconteça “assim na terra como no céu”, acentua padre Sala.

O encontro conta com a participação de 35 compositores provenientes de todas as regiões do país. Na reunião, eles têm aprofundamento teológico, bíblico e litúrgico, além de oficinas de composição de música e letra. “Muitos deles são bem conhecidos por suas inúmeras composições e outros recém chegados que estão colocando seus dons a serviço do louvor da comunidade cristã”, recorda o assessor.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O QUARTO TEMPO

O tempo é um dos quesitos básicos de observação para todo bom ministro de música católica. Sem a observância do tempo é praticamente impossível administrar bem seu dom, sua ministração.

Deus age no tempo, no nosso tempo. E cada tempo denuncia um tipo de ação ou intervenção de Deus.

Houve, na história da música católica, três grandes momentos ou tempos que poderíamos destacar aqui:



O primeiro foi o tempo da descoberta da música para Deus.
Foram os nossos "primeiros pais". Aqueles que, sem saber direito o que faziam, colocavam seus dotes musicais à serviço da Igreja. Era o tempo do Padre Irala, do Padre Zezinho, do grupo Palestrina de curitiba e da antológica dupla Frei Fabretti & irmã Nelly. Esta foi a era dos compactos "lado A e lado B" de músicas liturgicas.

O segundo foi o tempo de descobrir Deus através da música. e os grandes louvores.
Neste tempo surgia Padre Jonas, Padre Agostinho Soares, Padre Ney Brasil, A Comunidade Shalom, o Eugênio Jorge e o Nelsinho Corrêa, o Nicodemos Costa, o Valdir Grosso (Di), Musical Boa Semente de Araraquara e muitos outros espalhados por este Brasil que tanto nos ensinaram a conhecer Jesus em forma de canção e a Louvá-lo. Benditas das músicas de louvor que tanto nos seguraram.

Um terceiro tempo indicou uma espécie de música mensagem, poética e o som pesado.
Uma era gostosa. Letra e Harmonia casavam-se para forma um grupo de pessoas que se dedicariam a expressar Deus através de uma arte mais elaborada, pensada, apurada, moldada, temperada... 

Já não se usava mais os três ou quatro canais para se gravar um disco. Aliás, nem disco mais existia. Agora chegava a era dos CDs. Destacava-se neste tempo o Luiz Carvalho da Recado, A comunidade Grão de Trigo, o Kater, o Padre Joãozinho, O Urbano Medeiros, O Jean Carlo, Jonas e Toninho e tantos, tantos outros anônimos.

Nessa mesma época, um "rasgo-no-véu" colocava em cena uma banda que, na sua rápida passagem, marcaria época e vidas. A banda Cristoatividade com seus "alertas" e seus "lances legais". O expoente desse louvor "estranho" foi o Eraldo.

E agora chegou o quarto tempo.
É um tempo que ainda não conseguimos definir muito bem. Mas, o próprio Espírito envia placas de sinalização. É um tempo de se levantar os amigos de Deus, os cantores de Deus, os bateristas de Deus, os contra-baixistas de Deus, os tecladistas de Deus. São os que estão com Deus não por business, por grana,  por pro labores mas, estão com Deus porque conhecem a Deus. E é neste tempo que seu nome precisa ser escrito. 

Muito joio, como em todos os tempos, ainda crescerá neste meio. Mas, aqueles que sabem o que estão fazendo, renovarão suas forças porque assim Deus quer.

Este quarto tempo é como se fosse o "nosso Evangelho". A nossa vida com Deus. Passaram os tempos e com eles seus heróis. E cada tempo mostra uma parte do Corpo de Cristo que devemos descobrir. Portanto, um ministro de música não é chamado só para a tocar, cantar, gravar CD e ficar a noite toda no twitter ou no MSN falando de música. Somos sim, chamados a decodificar o que Deus quer para este tempo.

Temos algumas pistas. Resta-nos fazer bem nosso trabalho e aguardar que O Senhor se manifeste. Não se nega que este Tempo é um tempo de ansiedade humana, fracassos, desarmonia familiar, ultrajes sexuais. E para tudo isso Deus tem uma cura: sua música.

Não perca tempo em querer ser o mais novo contratado a maior gravadora do Brasil e do mundo. Já tem quem faça isso. Preocupe-se com a vontade de Deus a seu respeito. Afinal, você é este quarto tempo. terá um quinto? Vamos esperar.

PS: Mil desculpas se errei na colocação das pessoas. Não fiz uma pesquisa nem consultei nenhum ibope para saber quem vendia mais discos ou CDs. Simplesmente fiz uma rápida consulta em minhas memórias. E, aproveito esse momento para agradecer a todos estes "feras de Deus" que tanto contribuiriam para minha formação, em especial meu amigo Di, a quem devo muito do que consegui ser.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

ARTISTAS: JANELAS DO ALTÍSSIMO

"...Fazei  que as ciências e as artes contribuam para a vossa glória e o bem-estar de todas as pessoas". (Trecho extraído da "oração das horas", IV semana do Saltério, quinta feira - preces).

A Beleza de um ícone não está na assinatura do artista. Seu encanto está no Mistério daquilo que ele representa. E, um ícone, é uma espécie de "janela" para o mundo espiritual. É um mergulho nas coisas secretas e misteriosas.

Assim é um "artista de Deus". Uma janela para o Altíssimo. Um feixe de revelação da vontade de Deus para seu povo. Uma pequena fresta que brilha a Luz de Cristo.

Artista não quer dizer "pessoa que grava CD" ou que "dança em congressos". Artista (e todo verdadeiro artista sabe disso) é aquele que traz em si uma força secreta que o atrai e um Mistério que o lança.

Um autêntico artista sabe que sua arte não é ele mesmo. Todo artista traz consigo uma força que o supera. E, esta força é suficientemente poderosa para render o artista.

O artista não pode dominado pela sua arte. Nenhum pintor pode ficar encantado com seu quadro. Isso envelheceria o artista. O que refresca o artista é a força que o move a praticar sua arte: Deus.

Um cantor que fica maravilhado com seu CD não é um autêntico artista. Aquilo que ficou gravado na matéria foi um momento. O cantor deve olhar o tempo, as manifestações espirituais, a necessidade da Igreja e do mundo.

Todo autêntico artista de Deus não se basta em si. Ele tem plena consciência de que a "força secreta e Misteriosa" é seu eixo de equilíbrio com o mundo exterior. Explico: diferente de um médico, um artista traz em si uma "loucura" interessante: não dá para explicar esta loucura a não ser pelo fruto que ela oferece ao mundo.

É uma loucura "de Deus"... é a loucura da criação. E, sem esta loucura, o artista fica desequilibrado para as coisas do mundo. Medimos por aí como alguns cantores e compositores católicos trabalham suas artes para ganhar dinheiro enquanto, o autentico artista sabe que isso não é primordial.

Por mais que nos pareça louca a criação de um artista, é esta loucura que o deixa mais vivo e dá dinâmica à sua vida. Seria esta a loucura que os artista de Deus precisam descobrir: "a loucura de ser de Deus e co-criar junto com Ele". 

Artista de Deus não é aquele que tira foto profissional, penteia o cabelo antes da apresentação nem tão pouco aqueles que gravam CD ou clipes musicais. Artista é todo aquele que contribui para a Glória de Deus neste mundo causando bem-estar nas pessoas.

Este é um "baita" desafio hein? Quem sabe uma mudança de mentalidade sobre a própria arte e se é ou Não artista. Não nos basta ter um ministério chamado de "artes" se não contribuirmos com Deus para a identidade de quem o exerce.

"Que sejamos, Senhor, suas janelas aqui neste mundo. Que brilhemos a Glória que foi manifestada por Ti, ó Deus-Artista de nossa arte. Que saibamos assinar nossa arte crendo que a beleza não está no que fazemos e sim, naquilo que somos, em Ti. Grato, Senhor, pela beleza de ser co-criador junto Contigo".

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

TOM DE ANIMAÇÃO

Ministros de música devem ser também "animadores" do povo. Devem, por intermédio da Graça recebida por Deus, preparar o ambiente, o clima do local onde farão o grupo de oração.

É importante que o ministério toque músicas em uma tonalidade acessível para que toda a assembléia possa cantar e participar.

Lembre-se: Grupo de oração não é palco para lançamento de seu CD.

Encontramos este vídeo, do Luiz Carvalho e gostaríamos aqui de sugerir para sua formação.
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quinta-feira, 22 de julho de 2010

CÓDIGOS PROFÉTICOS.

Um bom ministro de música sabe que a fonte de sua inspiração não é ele mesmo. Por isso, este Ministro de música não admite receber elogios daquilo que ele não é capaz de fazer.

Um ministro de música sabe "captar" as coisas. Sabe qual espírito se manifesta "no ar". E isso porque Ele está no Senhor. Atente-se a isto.

O ministro de música "capta" e é "captado". Ele decodifica a vontade de Deus e codifica a sua própria vontade, em Deus.

Estas duas antenas são primordiais para o exercício de nossa música. Principalmente em uma Comunidade de Aliança e Vida ou no Grupo de Oração.

Decodificar é transformar em uma linguagem mais clara, simples e objetiva todo conteúdo espiritual que você adquiri do Senhor. Você decifra a Vontade de Deus no tempo e entrega para o povo no momento.  Não basta falar "Deus quer isso", ou "Deus quer aquilo". A "coisa" é bem mais profunda e, só decodificaremos da Vontade de Deus, se permanecermos na Presença Santificante do Senhor.

Codificar é reunir tudo o que você é diante de Jesus. Não somos iguais. Nossas diferenças são como códigos pessoais que só O Mestre entende. Daí a necessidade de ser "captado" pelo Grande Amor de Deus. É essencial que você tenha sua vida pessoal com Jesus, fora do ministério. O Senhor não chamou você para ser ministro; chamou para ser filho. A partir da filialidade, desembocamos em nosso ministério.

Um ser tão complexo como eu, não deve pegar em um contra-baixo ou numa guitarra e simplesmente tocar. Tem que antes de tudo ser "tocado". Meus códigos não devem ser o elementos do meu show ou do meu grupo de oração.

Eu sou um código. O ministério que eu exerço é o decodificador. Quanto mais eu rezo, mais o meu ministério decodifica o que Deus realmente quer, para este tempo.

"O ministro de música deve sentar-se diante de Jesus para rezar; atrás de Jesus para evangelizar; e no Coração de Jesus para descansar". (Ministério de Música para a Beatitudes)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

DISCÍPULOS: A DISCIPLINA DA CENTRALIZAÇÃO

Discípulo, é ficar contigo, Senhor, depois que todos se forem.

A maior diferença entre músicos de qualquer categoria e estilo para ministros de música é sua intimidade com Jesus. E o bom ministro de música tem 3 belos desafios enquanto atua neste ministério: Descobrir Jesus Amigo, Jesus Mestre e Jesus Médico.

"Jesus Amigo" é sua vida de oração e intimidade.
Quem toca é porque foi tocado. Ninguém pode dizer que canta e toca para Deus se não for tocado por Deus. O efeito de nosso ministério está na qualidade de nossa intimidade e amizade com O Senhor. Portanto, é extremamente necessário que o bom ministro de música descubra em Jesus, O Seu Amigo.

O Amigo sabe acender a luz para nossa escuridão. Jesus, O Amigo, sabe se sentar e me esperar. O ministro de música que "toca" seu Amigo no palco, faz a diferença durante o show. Quantos mega-eventos católicos você já foi? Quantas bandas você já ouviu? Quantas delas mostraram para você que Jesus é seu Amigo? ou melhor, amigo deles? Quem se senta com Jesus Amigo, não é dominado por seu violão nem por seu microfone, não defende seus próprios interesses e não usa nem abusa da autoridade para defender as próprias intenções.

"Jesus Mestre" é sua vida de discípulo.
Não há dois senhores. E o bom ministro de música católica sabe que ele não é senhor de seus instrumentos nem de seus microfones. Músico aprende música mas, não aprende com a música. A música não ensina ser humano; partituras não consolidam o indivíduo como homem e mulher de Deus. Só Jesus faz isso.

É primordial que aprendamos com O Mestre. Saber o que Ele quer. Amar da forma que Ele ama. Extrair o máximo do que Jesus é. Escutá-Lo.

Muitos músicos, no afã de justificar suas preferências e seus interesses, trazem ao palco teorias vindas da própria cabeça. Falam coisas que não sabemos se realmente foi deus quem falou. Isso Não pode. Não deve acontecer conosco. Não podemos nos inspirar na ciência humana para transmitir a Ciência Divina. Jesus é O Mestre.Eu sou um mero aprendiz. E é Dele e Nele que aprendo a ser o que Ele quer que eu seja.

"Jesus, O Senhor" é a  disciplina da centralização.
O bom ministro de música católica tem uma regra primordial: Jesus. Nada além disso.
Jesus é o início e o fim; Ele permeia, abraça e envolve você e seu dom. E, quem têm em Jesus, O Senhor, traz consigo a disciplina da centralização ou seja, Jesus é o centro de tudo. Ele é O Senhor. Ele é o Astro maior. É Ele quem deve aparecer.

Não é fácil, mas é possível inverter o caminho que seu grupo/banda tomou. Requer empenho e, algumas vezes, cisão. Se fosse fácil, não seria Jesus.

Deus quer ensinar seus filho a serem excelentes discípulos. E, o verdadeiro discípulo fica com Seu Mestre até o fim. Não foi assim com Nossa Senhora? Não foi desta forma com João? Não deve ser assim com você?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

14 DICAS PARA TOCAR "A MISSA"...

É tão distante falar que "hoje eu vou tocar na missa".  Parece mesmo que estou indo para um concerto, para um show, prestar um favor para a Igreja. O ideal seria "tocar a Missa". O Ministro de música faz parte da celebração. Ele não é um mero espectador.

E a Missa, a celebração da Missa é o momento de maior intimidade com O Senhor. É o encontro das  Igrejas  Militante, Padecente e Triunfante. É o nosso encontro com O Senhor Vivo.

Esta dimensão de "tocar a missa" é valiosa e faz-nos mergulhar no profundo do Mistério. Boa Missa.


REGRA DE OURO.
Toque e cante músicas que o povo conheça. O excesso de arranjos "maravilhosos" ,muitas vezes atrapalha o canto e todos se perdem, durante a celebração.

1) CONHECER A LITURGIA.
Você precisa saber bem a respeito do Sacrifício da Santa Missa; conhecê-la parte por parte e entender os seus significados. Por exemplo, na hora do ato penitencial, a canção escolhida deve ser de entronização, que conduza as pessoas a um ato profundo de contrição. Esta música deve ser "fácil" do povo cantar.

2) SABER AS LEITURAS DO DIA.
É imprescindível que o ministério que tocará na Missa saiba com antecedência as leituras que serão proclamadas, em especial o Evangelho. A partir do Evangelho, escolha músicas que estejam em acordo com todo o andamento da Missa.

3) TEMPO LITÚRGICO. 
Qual tempo litúrgico a Igreja está vivendo? O Advento, Tempo Pascal, Natal, Tempo Comum...? As músicas precisam estar em sintonia com cada Tempo Litúrgico. Na Quaresma, por exemplo, não se canta o Glória, nem se canta Aleluia... É preciso estar atento a tudo isso.

4) SOM AMBIENTE.
O áudio (som) deve estar na altura certa e observando a quantidade de pessoas dentro da Igreja. Se for uma missa de juventude, você pode trabalhar melhor as canções e, quem sabe, até colocar arranjos mais elaborados. Se for uma missa com pessoas mais idosas, não é natural querer tocar guitarra e bateria estrondorosamente. Tenha discernimento quanto ao som e a acústica da sua paróquia ou local da celebração. Outra coisa: pare de brigar com o "retorno".

5) CAMPANHAS DA FRATERNIDADE.
A CNBB lança todos os anos canções com temas específicos. Gostando você ou não, estas canções apontam para uma necessidade que o Brasil está vivendo naquele momento. É um tempo em que toda a Igreja do Brasil vive em unidade musical. É interessante pensarmos neste tipo de unidade.

6) OBEDIÊNCIA AO SACERDOTE. 
Não brigue com seu padre. Dialogue e obedeça nas horas em que vocês discordarem. Lembre-se que o foco central de nosso ofício na Missa é Jesus, e o povo de Deus é quem deve ser atingido. "Brigas de galo" durante a celebração só mancha mais ainda a liturgia. Não seja otário e saia correndo da missa,na hora que o padre disse para você abaixar o som. Educação, fineza e discernimento são essenciais para o amadurecimento de seu Ministério.

7) AMBIENTALIZAÇÃO.
Não fique afinando seu instrumento 10 minutos antes da missa começar. Isso é muito irritante. Se os santos pudessem descer do altar e conversar com os guitarristas diriam: "que chato, pare!" . É feio observar paróquias em que o ministério de música afina violão e bateria na hora em que o povo está chegando. É uma situação bastante desagradável. As pessoas que chegarem na Igreja, precisam desde o início,  perceber a Graça de Deus. O ambiente deve ser propício à oração e calmaria. Não a desordem.  

8) SILÊNCIO E ATENÇÃO. 
Não fique andando durante a missa, nem fique tagarelando, falando sobre notas, cifras, mudanças de tonalidades... tudo isso deve ser combinado antes da missa iniciar. Combine também alguns sinais entre os músicos para que fique mais fácil uma rápida comunicação. A imaturidade de alguns músicos os levam a cometer verdadeiras bobagens durante a missa como ficar rindo entre si, melindres, sinaizinhos engraçados. Os ministros são co-responsáveis pela atmosfera de paz e sossego, durante a Missa.

9) ENSAIO.
Ensaie para a missa. Não improvise.

10) TENHA ZELO E SELECIONE BEM AS MÚSICAS. 
Cuidado com músicas folclóricas, ou de cunho popular durante a missa. Tenha zelo. Procure tocar somente canções feitas para a missa. Os domínios populares, muitas vezes são hereges e pagãos. O Espírito Santo nos músicos é bem criativo; não precisa pegar música de gente famosa pra chamar atenção.

11) ESCOLHA O TOM QUE TODOS CONSIGAM CANTAR.
Toque no tom certo para todos, e não só para você. É o povo quem deve cantar e participar. Peça para Deus o talento de envolver as pessoas na música que você está tocando e cantando. Cuidado com o tom alto da música. Não é só porque a mocinha bonitinha de seu ministério canta bem que a paróquia toda tem que ouvi-la se "esguelar".

12) CATIVE E ENSINE O POVO.
Se for possível, ensine canções novas para o povo. E mais, cative o povo! Os que ali entrarem precisam perceber a Presença Santificante de Deus também no ministério de música, e se sentirem mais próximos do próprio ministério. Cultive a unidade, a fraternidade e a amizade entre seu ministério e o povo. Nada de estrelismos, de cara-virada... Seja amigo de seu povo. A assembléia precisa perceber que o ministério não é fechado em si mesmo, mas está ali para ornar a liturgia e servir ao povo de Deus.

13) CONDUZA À ORAÇÃO E PREPARAÇÃO.
Na hora em que as pessoas estiverem chegando, combine com seu padre se vocês podem tocar algumas músicas em som ambiente. Toque músicas que conduzam o povo ao silencio e à oração, e não o "super hit's" do momento. Prepare o coração do povo para a Missa.

14) ORAÇÃO E INTIMIDADE.
Reze antes de tocar. Não se ache capaz de tudo... Nós somos provas de que a oração muda o jeito que as pessoas recebem nossas canções. Através da oração, peça ao Senhor que suas músicas se tornem vida em abundância para o povo. Você perceberá como as pessoas serão tocadas e chegarão mais próximas de Deus quando perceberem que você e seu ministério são bem próximos de Deus.

OS PROFETAS DO AVESSO.

Hoje muito se fala de música de Deus e música "do mundo". Alguns ministros de música optaram radicalmente por tocar músicas que falem somente do Senhor. Outros, utilizam-se de músicas “do mundo”, ou seculares, para serem aceitos em seus shows. E é aqui que começa o "show das polêmicas". 

Os mais imaturos utilizam-se da polêmica para chamar atenção. Isso mostra um ministério manco no serviço e na oração, além claro,  de deixar a desejar na unção.

Eu gosto de música secular. Gosto dos anos 60 e 70. Gosto de muita música suave; gosto também de umas boas baladas dos anos 70 e 80. Gosto da época da ‘disco-music’ e da ‘black-music’; dos áureos tempos dos “Jacksons five”, dos “Pholhas” e do “Pilot” com sua famosíssima Magic. Gosto da “Minnie Riperton”, da “Kate Bush” e dos acordes dos “The Raspiberries” e do “Eric Carmen”, especialmente em “Don´t Wanna Say Goodbye”.

Gosto demais da harmonia inimitável dos irmãos Gibb (os Bee Gees) em primorosas canções como “How deep is your love” e "Wildflowers". Escuto música todos os dias. Ensino meus filhos a ouvir as boas canções. Tenho minhas preferências. Gosto de escutar todas elas. Não acho tudo “coisa do demônio”. A inspiração à arte é coisa divina. Mas também peguei o gosto nessa caminhada de separar “joio de trigo” e saber usar a arma certa para o inimigo certo.

Como testemunho poderia dizer com serenidade de quem escuta música secular: “Eu não toco música secular quando a obra é de Deus”. Por uma simples razão: optei pela inspiração que O Espírito tem dado a tanta gente na Igreja.

Falar deste assunto é correr numa pista de ovos, mas o objetivo deste artigo não é somar polêmicas, e sim tentar lançar um olhar mais espiritual sobre as “coisas do Senhor”. Nestes quase 20 anos trabalhando na música católica aprendi algumas coisas com os "Mestres da música católica". por isso, gostaria de partilhar com você alguns pontos que me fizeram optar por não inserir músicas seculares em shows católicos.  

A MOÇÃO.
Quando alguém compõe uma canção, a letra e a melodia não são aleatórias. Sempre tem uma inspiração por detrás de uma composição: uma moção. E esta moção pode traz uma intensidade positiva ou negativa. Por exemplo, uma canção que teve moção de sensualidade, abre brechas perigosas no campo da sexualidade. Como eu posso "pegar" uma música que a dançarina quase se masturbou no palco e tocar para Nossa Senhora? Eu não consigo. Seria um desacato. A moção que levou o artista a compor sua canção deve ser levada em conta antes de "trocar só a letra da música".

A EMOÇÃO.
A emoção é a “agitação dos sentimentos”. O emocionalismo de um cantor ou cantora é repassado em suas apresentações. Todo mundo sabe disso. E todo mundo sabe também que emocionalismo pode tomar aparência de manifestação divina. 

É por este motivo que muita gente confunde música de inspiração religiosa com músicas que mexem com nosso emocional. Ambas podem trazer letras que falem de Deus ou de Nossa Senhora. Mas infelizmente nem todas nos conduzem a Deus ou à Nossa Senhora. 

Infelizmente muitos bons e ungidos cantores e cantoras cristãos tem se servido desse tipo de emocionalismo para fazer suas platéias cantarem. Ele se servem de um sucesso secular para se impôr no palco. Esta prática é muito comum em bandas que estão começando, mas que ainda têm medo de mostrar seu próprio talento. É uma insegurança do ministério.

É válido lembrar que espiritualmente, o fato de uma platéia se agitar e dançar freneticamente não significa ação autêntica do Espírito Santo. O demônio pode muito bem se servir do meu violão para mostrar suas unhas.

O TESTEMUNHO.
O testemunho de vida de quem toca e canta é essencial para a veracidade de nosso dom. A maioria das pessoas que criam “músicas de mensagem” não dá o testemunho de suas letras. Pelo contrário, muitas vezes vivem em oposição àquilo que escrevem e cantam.

É aquela velha historinha dos dois poetas que foram num concurso. Ambos declamaram o mesmo poema, o Salmo 22. Um foi aplaudido em pé. O outro, fez o público chorar torrencialmente. Aquele que foi aplaudido em pé perguntou para seu concorrente o que fez com que a platéia chorasse. O outro respondeu: "você conhece o poema do poeta. Eu conheço o poeta do poema". 

Portanto, conhecer o Autor principal em nosso ministério é primordial para tocar os corações. E tocar os corações não é o intuito principal de um ministério de música?

O ESGOTAMENTO DA UNÇÃO. 
Aqueles que optam por incluir músicas seculares em seus projetos, acabam caindo um dia no descrédito. Por mais que alguém fale o contrário, os fatos mostram isso. Todas as pessoas que se deixaram levar por esta prática foram, aos poucos, perdendo a unção. Atenção: não confunda unção com emocionalismo.

E o pior: quando abrem suas bocas tão benditas acabam por destruir mais do que construir. Tornam-se profetas ao avesso. Ao invés de levar a Boa Nova, gostam de dar lições de moral ou falsos ensinamentos para o povo. 

Lembre-se que ser ungido não é ser o especial e sim ser portador de uma vontade de Deus que deve se manifestar ao povo.

FIM DE CARREIRA. 
Bons músicos e excelentes ministros de música estão enveredando por este caminho, algumas vezes sem volta. Tornam-se ídolos de uma geração. Enchem platéias. Mexem televisões. Mas podem estar a caminho da morte espiritual de seu ministério. Diz a bela e antiga canção “só é perene a vida que vem do Senhor”.

Tudo tem um fim. As Escrituras afirmam que tudo passará. Os dons carismáticos passarão. Nossa vida, nossos amigos, tudo passa. Só não passa o Amor. E o Amor é Deus. Tenho para mim que quanto mais se ama a obra de Deus menos se quer comprometê-la com atitudes impensadas e falta de discernimento carismático.

A questão não é parar ou não de tocar músicas seculares em seu ministério, e sim, observar a qualidade do amor que seu ministério oferece ao povo. Eu nunca ofereceria algo para meu filho que pudesse comprometer sua sexualidade, suas emoções, seu desempenho intelectual...só porque eu gosto de determinada coisa. Ninguém oferece um vício para outra pessoa. O que oferecemos é a Verdade que liberta. Oferecemos a liberdade em relação às falcatruas do mundo e às prisões emocionais que muitos se encontram. Oferecer algo diferente disto é fazer com que a platéia saia de nossos shows rebolando para todos os lados, sorrindo mas, ainda em cadeias espirituais.

O Amor de Deus é a melhor oferta que podemos dar ao povo. O Amor é o intrumento da transformação de vidas. Não pense que bom show é aquele que teve muita gente e que tudo deu certo no palco. Uma rodinha de pessoas, um refrigerante e um violãozinho conseguem arrebatar corações em carros de fogo do Espírito Santo.

Deus tem um plano. Estamos inclusos nesse plano. E também somos divulgadores deste plano. Nossa meta é fazer com que a Vontade de Deus chegue aos irmãos com qualidade sim, mas também com pureza, sem máculas, sem manchas humanas. Não caia na tentação de ser ídolo e nem de oferecer aquilo o que o povo "gosta". Ofereça Deus.

"...porque és um povo consagrado ao Senhor, teu Deus, o qual te escolheu para ser um povo que lhe pertença de um modo exclusivo entre todas as outras nações da terra." (Deut. 14,2).


(Fonte:  Blogs Católicos. Texto de Silvinho Zabisky)